Red flags nas empresas: como identificar e proteger sua operação de riscos invisíveis

Neil Patel
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Author: Neil Patel | Co Founder of NP Digital & Owner of Ubersuggest
Published abril 8, 2025

Os meus mais de 20 anos trabalhando com marketing me fizeram reconhecer uma boa quantidade de red flags quando o assunto são negócios.

E, olha, algumas delas pareciam inofensivas no começo. 

red flags

Um contrato mal costurado. Um parceiro que não entregava o que prometia. Um colaborador que “driblava” processos com naturalidade.

Mas com o tempo eu percebi: as maiores crises nascem de sinais ignorados.

Red flags — ou bandeiras vermelhas — não são exclusividade do jurídico ou da auditoria.

Elas aparecem em áreas estratégicas como a sua também: no marketing, na comunicação, no relacionamento com o cliente, no tom da marca, nos bastidores das campanhas.

E o impacto é direto. 

Porque você pode estar crescendo em audiência, captando bons leads, com a marca ganhando tração…

Mas se a empresa estiver, lá, no fundo, cometendo deslizes éticos ou legais — a próxima manchete pode não ser uma conquista. Pode ser um escândalo.

E aí, todo o esforço de reputação vai por água abaixo.

Esse conteúdo é para te ajudar a identificar esses sinais antes que virem crises.

Para que você possa proteger o que está construindo com tanto cuidado: uma marca forte, confiável, com espaço no mercado e nos resultados.

Vamos nessa?

Pontos-chaves do tema:

  • As maiores crises começam com sinais sutis — não ignore os alertas invisíveis.
  • Red flags também surgem no marketing: parceiros duvidosos, contratos frágeis e processos driblados.
  • Evitar riscos é tão estratégico quanto escalar resultados.
  • Lideranças que reconhecem red flags cedo se tornam referência interna.
  • Compliance não é obstáculo: é blindagem para o que você está construindo.

O que são red flags?

Red flags são, na tradução contextualizada, sinais de alerta. Indícios de que algo, em algum ponto da operação, pode estar em desconformidade com normas legais, éticas ou estratégicas.

Na prática, é como um sintoma que o corpo da empresa dá antes de um colapso.

Pensando em red flags nas empresas, elas podem indicar desde condutas antiéticas, fraudes internas e conflitos de interesse, até relacionamentos suspeitos com terceiros ou resistência a auditorias e isso vale para qualquer área: financeira, jurídica, comercial… ou de comunicação.

Muitas vezes, não é um erro explícito. 

É um padrão de comportamento, uma inconsistência que se repete, um “jeitinho” que vai passando sem que ninguém pare para olhar.

E é aí que mora o risco: quanto mais tempo ignoradas, maiores as chances dessas bandeiras vermelhas virarem escândalos reais.

A importância de identificar e resolver red flags nas empresas

Você já sabe: nenhuma marca é construída só com boas campanhas. Ela se sustenta na confiança — e a confiança se perde rápido, ainda mais no mundo hiperconectado em que vivemos.

Red flags podem parecer pequenas falhas operacionais, contratuais ou de conduta. Mas quando ignoradas, crescem silenciosamente até colocarem em risco:

  • A reputação da empresa no mercado;
  • A confiança dos clientes, parceiros e investidores;
  • A estabilidade interna entre times e lideranças;
  • E, em casos extremos, a própria continuidade do negócio.

Agora, pense comigo: se você está no marketing e cuida da imagem da empresa, como reagir a uma crise que estourou por um erro de compliance que ninguém monitorou?

Pior: como provar que o seu trabalho estratégico de branding, conteúdo, mídia e posicionamento não foi por água abaixo por uma falha de integridade?

A resposta é simples: você não precisa ser do time jurídico.

Mas precisa estar conectada com ele. E mais: precisa entender onde estão os sinais de alerta e o que fazer quando eles aparecerem.

Ignorar um indício hoje pode virar uma matéria no jornal amanhã. E vai adiantar explicar que ‘não era sua área’?

Porque proteger a marca também é cuidar da operação invisível.

Quais os principais tipos de red flags nas organizações?

principais tipos de red flags

Identificar red flags dentro da empresa não é sobre criar paranoia. É sobre estar atenta a padrões que fogem da normalidade.

Em empresas de médio porte, por exemplo, muitas dessas situações passam despercebidas por um motivo simples: ninguém se sente responsável por elas.

Mas red flags impactam diretamente:

  • A reputação da marca que você está construindo;
  • O ROI das ações que você precisa defender;
  • E a confiança dos parceiros e clientes com quem você interage.

Vamos a elas?

Contratos irregulares

Sabe aquele fornecedor que foi indicado “por fora” e contratado às pressas, sem cláusulas claras nem avaliação jurídica? Ou aquele influenciador que a equipe contratou via DM e pagou por Pix, sem briefing, sem escopo e sem nota?

Esses exemplos parecem inofensivos no dia a dia, mas são grandes red flags no mundo corporativo.

Contratos irregulares ou mal redigidos colocam a empresa em risco.

É a falta de garantias em caso de falha ou quebra de contrato, a dificuldade de responsabilização legal e exposição a multas, processos e… manchetes ruins.

Esses contratos podem comprometer diretamente ações de marketing, fornecedores da área e até a credibilidade de uma campanha se algo der errado.

Movimentações financeiras suspeitas

Entradas e saídas não justificadas. Pagamentos duplicados. Reembolsos excessivos. Orçamentos de ações que não batem com os entregáveis reais.

Quando o financeiro não faz sentido, não dá para fingir que é só “coisa do time de contas a pagar.”

É preciso estar atento porque:

  • Isso pode incluir verbas de mídia, ações promocionais ou eventos sob sua gestão;
  • Pode afetar o ROI direto das ações que ela apresenta para a diretoria;
  • E, se investigado externamente, respinga na marca, no discurso e em toda a confiança construída com o público.

Conflitos de interesse

É um dos red flags mais comuns — e mais disfarçados.

Imagine um coordenador que favorece um fornecedor “amigo”. Ou um gestor que direciona verba para a empresa da esposa. Ou um parceiro de mídia que só fecha com agências “da casa”.

Tudo isso quebra a integridade da operação. 

E o pior: se descoberto, o impacto na imagem é devastador.

O responsável precisa compreender que:

  • O público exige transparência e descobre tudo, mais cedo ou mais tarde;
  • Conflito de interesse, quando vaza, vira sinônimo de marca desonesta;
  • Isso pode sabotar até mesmo os resultados mais sólidos do marketing.

Comportamentos antiéticos de colaboradores

Às vezes, a red flag não vem de um contrato ou de um número. Vem do comportamento.

Assédio moral, preconceito velado, comentários agressivos em canais internos, bullying disfarçado de “brincadeira de time”… tudo isso gera ambientes tóxicos, onde as pessoas não confiam umas nas outras — muito menos na liderança.

E o que isso tem a ver com marketing?

Tudo.

Uma empresa que ignora isso afasta talentos, compromete clima e produtividade.

E pior: se um caso vem a público, nenhuma campanha limpa a imagem da marca.

Resistência a auditorias e monitoramentos

Essa é simples: se uma área evita auditoria, questiona checagens ou dificulta a transparência, alguma coisa está errada.

O problema não é a falha. É esconder a falha, percebe?

E isso afeta todo o ecossistema da empresa.

A resistência à fiscalização enfraquece o sistema de confiança interna e externa.

Como gestor, você pode não estar auditando diretamente. Mas você precisa apoiar iniciativas de monitoramento, inclusive nos parceiros que contrata.

Falhas repetidas nos padrões de conformidade

Você já viu isso: o mesmo erro de processo acontece todo mês.

Alguém sempre “esquece” uma cláusula. Um fornecedor sempre atrasa a entrega. Um orçamento sempre estoura.

Isso é padrão. E padrão ruim é red flag!

Não basta resolver pontualmente. É preciso entender por que o erro persiste.

A constância de falhas mostra que a empresa está tolerando o risco. E isso, no médio prazo, vira parte da cultura organizacional, o que compromete tudo: performance, clima, imagem e até valuation.

Denúncias internas ignoradas

Quando a empresa tem um canal de denúncia e ele não é usado, temos dois possíveis cenários:

  1. Está tudo perfeito (o que é raro).
  2. As pessoas não confiam que vão ser ouvidas.

E se o canal é usado, mas nada acontece depois, o efeito é ainda pior: gera frustração, medo e apatia.

Denúncia ignorada vira bomba-relógio.

E quando estoura, você já não tem o controle da narrativa, nem o suporte das pessoas.

Relacionamentos suspeitos com terceiros

Terceiros são extensão direta da marca. Agências, freelancers, influenciadores, fornecedores, parceiros comerciais…

Quando essas relações não são claras, transparentes ou estão cercadas de informalidade, a imagem da empresa é colocada em risco.

Se você contrata terceiros no marketing:

  • Exija contratos claros, escopo validado, cláusulas de compliance;
  • Avalie histórico, reputação e alinhamento de valores;
  • E documente tudo porque quem protege o processo, protege o resultado.

Como lidar com as red flags no compliance?

red flags no compliance

Você identificou um sinal de alerta.

Talvez tenha sido um contrato estranho, uma prática questionável, uma resistência fora do normal. 

E agora?

Lidar com red flags não é tarefa de uma única área. É uma responsabilidade compartilhada entre liderança, gestão e cultura organizacional.

E se você ocupa um cargo de liderança, mesmo fora do compliance, você faz parte da linha de frente nessa prevenção.

Aqui vai um caminho direto e prático!

Trate a red flag como um risco real (mesmo que ninguém mais esteja vendo ainda)

Você não precisa ter provas definitivas para acionar uma conversa.

Se algo parece estranho, inconsistente ou “fora do que seria aceitável em uma empresa séria”, leve isso a sério.

Documente, registre e compartilhe com alguém de confiança (compliance, jurídico, diretoria).

Busque apoio no compliance (mesmo que a estrutura seja enxuta)

Muitas empresas médias têm áreas jurídicas pequenas ou só consultorias externas. Mas isso não é desculpa para não investigar, ok?

O que você pode fazer:

  • Marcar uma reunião com o responsável legal/compliance da empresa;
  • Compartilhar as evidências ou percepções com clareza e sem ruído;
  • Buscar diretrizes sobre o que a empresa já definiu como conduta inaceitável.

Mapeie se há impacto na sua área — e reforce barreiras de proteção

Se o problema estiver relacionado a um parceiro, fornecedor, verba ou processo sob sua gestão, reforce os controles imediatamente.

Reavalie contratos, peça documentos, questione entregas, escopo e cronogramas. Não espere a crise para tomar atitude. 

Você pode salvar o trimestre com uma simples ação preventiva!

Incentive a cultura da transparência

Mesmo sem cargo formal em RH ou jurídico, você pode trazer o tema para a sua liderança, estimular a comunicação aberta com o time e fomentar boas práticas com os parceiros externos.

Quanto mais a equipe sente que pode falar, mais rápido os sinais emergem. 

E menos grave será qualquer escândalo futuro.

Monitore padrões e reincidências

O problema não é a red flag isolada. É ela virar recorrência.

Se você perceber que um mesmo fornecedor dá problema sempre, um mesmo tipo de conduta é repetida em diferentes frentes ou o canal de denúncia é ignorado…

Você não está lidando com um desvio. Está diante de um problema cultural!

E nesse caso, a empresa precisa parar e revisar não só processos, mas valores e prioridades.

Como evitar as bandeiras vermelhas no negócio?

Red flags não surgem do nada: elas são o resultado de falhas silenciosas, decisões mal conduzidas e, principalmente, da ausência de cultura preventiva.

E se você lidera marketing em uma empresa de médio porte — com processos ainda amadurecendo, budget controlado e múltiplas demandas cruzadas —, sua atuação pode ser um escudo poderoso para a organização.

Aqui vão práticas preventivas que você pode adotar (ou impulsionar) agora mesmo:

Crie e siga critérios claros para contratar parceiros

Nada de “indicação informal”, “freela que faz tudo” ou “vamos testar e ver o que dá”.

Toda contratação — especialmente de fornecedores estratégicos como agências, consultorias, criadores de conteúdo e plataformas — precisa ter:

  • Escopo formalizado;
  • Contrato assinado com cláusulas de compliance;
  • Canais de comunicação oficiais;
  • Cronograma e entregas documentadas.

Você não precisa burocratizar, mas formalizar!

Torne o compliance um aliado, não um obstáculo

Tem muita empresa que trata o jurídico como “o time do não”.  Mas a verdade é: o compliance existe para blindar o seu trabalho.

Envolva o jurídico nos processos estratégicos desde o início.

O que eu faria? Um miniguia com:

  • Checklist do que revisar em contratos;
  • Quando acionar o jurídico;
  • Como validar parceiros antes da contratação.

Promova uma cultura de transparência no seu time (e nos terceiros)

Red flags não são exclusividade da alta liderança. 

Elas surgem também em equipes que têm medo de reportar erros. Em fornecedores que agem sem prestação de contas. Ou em ambientes onde o “jeitinho” vira padrão.

Fale sobre ética com naturalidade e abra espaço para dúvidas.

Crie um “radar de riscos” visível

Não precisa ser um sistema complexo. Mas pode (e deve) existir uma forma simples de identificar possíveis riscos no dia a dia.

Você pode mapear parcerias novas ou incomuns, processos que envolvam verba relevante, ações urgentes demais e sem documentação e comportamentos internos fora do padrão.

Esse radar vira sua lente preventiva.

 E você não precisa resolver tudo — só precisa perceber e acionar os canais certos a tempo.

Encaminhe problemas com agilidade (não espere a crise virar escândalo)

Quando você reconhece, registra, compartilha com o jurídico ou diretoria você demonstra postura de liderança, responsabilidade e compromisso com o negócio.

Isso fortalece sua posição.

E mais: mostra que você está comprometido com o crescimento saudável — não só com métricas de vaidade.

Conclusão

Nem toda red flag precisa virar escândalo.

Na verdade, se você está lendo até aqui, já está dando o primeiro passo para garantir que isso não aconteça na sua empresa!

Porque quando uma liderança identifica riscos cedo, documenta, aciona os canais certos e toma decisões baseadas em ética e transparência, ela está fazendo mais do que proteger a marca. Ela está ajudando a construir um negócio sustentável, confiável e pronto para crescer de forma saudável.

E sim, você — mesmo sendo do marketing — faz parte disso.

Você ajuda a selecionar parceiros. Administra orçamento. Faz interface com jurídico e financeiro. E representa a imagem da empresa todos os dias, em todos os canais.

Se você ignora uma red flag, pode colocar tudo isso em risco. 

Mas se você age com clareza, escuta e visão de longo prazo, você se torna uma referência interna. Então, antes de pensar em performance, engajamento ou reputação digital, pergunte:

A estrutura por trás da sua operação está saudável?

Se a resposta for “ainda não”, esse é o momento de começar.

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Neil Patel

About the author:

Co Founder of NP Digital & Owner of Ubersuggest

Ele é o co-fundador da NP Digital. O The Wall Street Journal o considera como influenciador top na web. A Forbes diz que ele está entre os 10 melhores profissionais de marketing e a Enterpreuner Magazine diz que ele criou uma das 100 empresas mais brilhantes do mercado. O Neil é um autor best-seller do New York Times e foi reconhecido como um dos 100 melhores empreendedores até 30 anos pelo presidente Obama e como um dos 100 melhores até 35 anos pelas Nações Unidas.

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