A Ascensão das IAs e o Futuro do Marketing no Varejo Brasileiro

Em setembro de 2023, tive a oportunidade de viajar ao Brasil para participar de três eventos extremamente importantes que discutiam as mais novas tendências do marketing no país.

Uma coisa é fato: o Brasil é um mar de oportunidades no marketing digital.

Sempre que venho aqui tenho ainda mais certeza disso.

E neste momento de grandes transformações no mercado, foi incrível poder apresentar novos insights para grandes marcas e, mais ainda, ajudá-los a entender o que realmente pode trazer ainda mais resultados neste e nos próximos anos.

Neste artigo, quero compartilhar com você algumas das ideias, reflexões e técnicas que apresentei em cada evento.

Bora lá?!

O papel da inteligência artificial no marketing digital

Fui convidado para palestrar em uma aula magna na FIA, uma das mais relevantes escolas de negócio no Brasil. 

E não podia deixar de falar sobre uma das mais intrigantes tendências que o mundo dos negócios tem visto nos últimos anos: as Inteligências Artificiais Generativas.

Eu noto que quando se fala sobre as IAs, as reações mais comuns são super valorizá-las com receios ou promessas sobre coisas que elas ainda estão longe de conseguir fazer.

Ou então, subestimá-las em relação ao seu potencial e utilidade prática.

Por isso, vamos começar falando sobre a polêmica?

“Neil, eu vou perder meu emprego para uma IA?”

Depende. O mercado de trabalho sem dúvidas será afetado, e pesquisas já apontam isso.

Um estudo realizado pela Universidade de Oxford diz que 58,1% dos empregos deixarão de existir como resultado das tecnologias avançadas que estão surgindo hoje no mundo. 

Entre os trabalhos informais, os números crescem para 62%.

Mas, a verdade é que as IAs efetivamente não realizam nada sem um profissional humano para conduzi-la.

Ela depende de nós para ajustar o pitch, revisar o conteúdo, acrescentar o toque humano e diversos outros ajustes criativos necessários para um trabalho final que realmente se conecte com outras pessoas.

Tendo isso em mente, seu maior competidor não é a IA, mas os outros profissionais humanos que já as dominam.

E esses profissionais já estão entre nós!

Segundo o The Washington Post, os novos graduandos da Geração Z são fluentes em IAs e estão ingressando no mercado equipados com suas novas habilidades.

O fato é que as IAs já se integraram ao mercado e serão utilizadas cada vez mais ao longo dos próximos anos. 

Segundo uma pesquisa do Finances Online, 84% dos profissionais de marketing acreditam que a IA é mais importante do que qualquer outra tecnologia. 

Por isso, é importante saber como extrair o melhor destas novas tecnologia:utilizando como um meio para começar uma produção, e não como um fim.

Para fazer bom uso desta tecnologia, a equipe de SEO da NP Digital criou 6 diretrizes para o trabalho com IAs de texto.

1. Faça uma checagem total dos fatos:

Tudo o que uma IA afirma precisa ser verificado. Ela pode — e vai —, mentir.

É necessária uma leitura cuidadosa e uma boa pesquisa paralela, ok?

2. É proibido simplesmente copiar e colar: 

Edite o máximo possível e ative o modo revisor. Sempre.

Afinal, todo profissional da escrita sabe que pode melhorar o que escreve.

3. Use as boas práticas de SEO na revisão:

Certifique-se de que esteja alinhado com o que os usuários encontram durante a pesquisa e dentro das boas práticas de SEO

4. Atenção à introdução e cogite escrevê-la 100% na mão:

Lembre-se, a primeira impressão é a que fica!

Ao escrever textos que chamam a atenção, seu site sinalizará ao Google que seu conteúdo é envolvente.

Isso significa melhores posições no Google e, naturalmente, mais tráfego, mais conversões e mais clientes!

5. Crie prompts enriquecidos: 

Quanto mais contexto você dá a IA, melhor será a resposta. 

Prompts enriquecidos aumentam a chance de você receber exatamente o que você procura;

6. Pesquise por conta própria: 

Por mais que as IAs de texto garantam que você está produzindo um texto novo e que o outline sirva como um guia ótimo, sempre faça uma pesquisa por conta própria.

O seu olhar pode ajudar a encontrar mais informações relevantes.

Obviamente, esses são apenas alguns dos insights que apresentei durante a aula que durou cerca de uma hora, além das perguntas excelentes que foram feitas e preencheram a discussão.

Mas as reflexões sobre o marketing no Brasil não pararam por aí, pois no dia seguinte participei de mais dois eventos.

Omnichannel: a mais poderosa ferramenta na era das IAs

O Latam Retail Show é um dos maiores eventos do varejo na América Latina, e foi nele que completei esta minha passagem no Brasil.

Poder falar para tantas marcas do varejo brasileiro foi excepcional.

E isso é ainda mais especial quando eu sei que o e-commerce brasileiro teve o maior crescimento da América Latina em 2022, apresentando maior receita (US$ 49,2 bilhões) e maior parcela de tráfego da web para varejistas da América Latina, com 84%. (Retail X)

A previsão é positiva para o varejo, 71% dos brasileiros pretendem gastar mais neste segundo semestre, em relação aos primeiros meses deste ano.

Mas as pesquisas também mostram que as pessoas estão mudando a forma como compram.

Então, a pergunta óbvia é: os varejistas estão atentos a isso e mudando a forma como vendem?

Segundo a pesquisa “Tendências do Varejo 2023”, 84% dos entrevistados disseram que gostam que lojas físicas e online estejam integradas. (opinionbox)

Uma pesquisa da Forbes apontou que empresas que adotam o omnichannel retém em média 89% de seus clientes, enquanto as demais engajam apenas 33%; 

O relatório da PWC afirma que o número de empresas que investem na experiência omnichannel saltou de 20% em 2012, para mais de 80% em 2020. 

Ou seja, as marcas que ainda não se adaptaram a este cenário, não estão acompanhando as transformações do mercado e os novos hábitos dos consumidores.

A digitalização do varejo é uma necessidade para qualquer empresa que queira permanecer relevante nos próximos anos.

Pensando nisso, preparei um checklist que pode ajudar neste processo e trouxe aqui neste artigo 5 dos principais pontos:

1 – Crie um ótimo fluxo de inscrição de clientes

Além de aumentar a oportunidade de coletar dados valiosos, incluindo preferências e comportamentos, otimizar um fluxo de inscrição leva a aquisição de mais clientes que se sentem mais positivos em relação à marca.

E eles têm maior probabilidade de fazer compras repetidas.

2 – Aproveite a tecnologia para ter uma automação omnichannel

Se você deseja se envolver mais nas redes sociais, enviar e-mails programados ou conduzir os usuários através do processo de conversão, automatizar parte dessas tarefas pode ser bem prático.

Zapier é uma boa ferramenta para isso.

Uma outra dica é otimizar o contato digital com clientes usando IAs como ChatGPT integrado ao chat do seu site.

3 – Treine equipes físicas para lidarem com o digital e vice-versa

As equipes na loja são um ponto de contato crítico na jornada do cliente, e incentivá-los a promover e vender em todos os canais pode ajudar a impulsionar as vendas e a receita do varejista.

Ao incentivar as equipes nas lojas a verem as lojas online e físicas como interligadas, os varejistas promovem uma cultura de pensamento e colaboração omnichannel.

E isso é incrível, porque melhora a experiência geral do cliente e aumenta a probabilidade de sucesso em todos os canais!

4 – O Social Commerce é obrigatório para o crescimento do varejo em 2023

Se você não tem, é hora de fazer um canal de vendas no WhatsApp e Instagram. 

Essas plataformas são fortes demais no público brasileiro para você ignorar.

Tenha em mente que 58% dos consumidores brasileiros já compraram algo pelo WhatsApp e 47% já realizaram compras pelo Instagram.

Cerca de 40% já compraram algo após assistir a transmissão ao vivo de uma marca, ou ao vivo nas redes sociais.

5 – Ouça, monitore e adapte-se aos desejos e necessidades do seu público

Não posso deixar de falar que uma excelente forma de fazer isso é utilizando o Answer The Public, uma das ferramentas da NP Digital.

Ela tem acesso aos dados de preenchimento automático de mecanismos de pesquisa como o Google, conseguindo apresentar exatamente o que o seu público está pesquisando sobre o seu segmento.

Ao monitorar o feedback e o comportamento dos clientes, você pode identificar tendências e áreas de melhoria.

Além disso, dá para obter uma vantagem competitiva sobre seus concorrentes, pois terá mais chances de atender às expectativas dos clientes e oferecer uma experiência superior ao cliente.

A nova jornada digital no Varejo

Para fechar as palestras, também fui convidado a apresentar mais alguns insights durante um almoço vip com grandes marcas do varejo brasileiro, ainda durante o evento LRS.

E na ocasião, decidi abordar uma visão mais prática das estratégias de marketing neste novo contexto.

Recentemente, o Google apresentou uma nova visão da jornada de compras, diferente do famoso funil de vendas que é amplamente utilizado desde sua criação em 1924. 

Os dados do Google mostram que a jornada está muito mais intencional e imprevisível, e foi com base nestas evidências que trouxe estratégias práticas para serem utilizadas em cada etapa da nova jornada de compras.

De acordo com o Google, o Full Journey pode ser dividido em 5 pontos:

1 – Toda interação importa

É preciso ir além da captação dos clientes no início da pesquisa e estar presente nos mais diversos canais de interação.

Um bom exemplo disso é a Magazine Luiza.

A personagem que criaram para ser sua Influenciadora digital, Lu, não está apenas nas redes sociais, mas em contato direto com buyer personas, nutrindo o relacionamento.

Ela tem blog, grava vídeos, podcasts, tira dúvidas de clientes e traz novidades sobre produtos. Ela faz tudo!

Lu se tornou o rosto da marca. Com isso, além de atrair milhões de seguidores, o Magazine Luiza se tornou a primeira varejista do mundo a ter 1 milhão de inscritos no Youtube.

2 – Cada categoria, uma jornada

Cada segmento tem sua própria dinâmica. 

Por isso, é essencial utilizar ferramentas como o ubersuggest para observar o que seus concorrentes estão fazendo para se comunicar melhor com o consumidor e a partir disso criar sua dinâmica.

3 – Cada usuário navega à sua maneira

O Google ainda é o principal ponto inicial de pesquisas no Brasil, porém, estudos já mostram que a geração Z está realizando suas pesquisas de produtos e serviços no Tik Tok.

Pois é.

Um bom exemplo de investimento na plataforma é o das Casas Bahia, segundo dados do TikTok, a marca investiu em remarketing e alcançou um ROI 55% acima da meta estabelecida.

4 – Cada dia, uma necessidade

O varejo vive de sazonalidades, não há quem possa contrariar isso.

Mas quando se usa ferramentas como o Answer the public (sim, mencionei de novo!), têm acesso às necessidades diárias dos seus consumidores.

Muitas delas que inclusive podem não estar sendo mapeadas pela empresa no momento, viu?

5 – Todo momento é uma oportunidade de gerar demanda

A jornada de compras não é mais linear, por isso, é essencial que as empresas estejam atuando de forma consistente em diversos canais.

Claro, é um desafio, disso não há dúvidas.

Só que em um mercado cada vez mais competitivo e com consumidores mais exigentes, a missão das marcas é se tornarem onipresentes no mundo online!

Esses são apenas alguns poucos insights do que abordei durante o LRS (o artigo ficaria imenso caso colocasse todo conteúdo das três palestras aqui).

E se você quiser saber mais sobre o futuro do marketing no Brasil e a ascensão das IAs, a NP Digital desenvolveu um material exclusivo sobre o assunto e você pode acessá-lo clicando abaixo.