IA na produção de conteúdo: como usar com eficiência, estratégia e sem perder sua voz

Última atualização em 24/04/2025 às 10:15

Nos últimos meses, tenho me provocado — e provocado meu time — com uma pergunta simples, mas que muda tudo: “Estamos usando a IA como ferramenta estratégica ou como atalho automático?”

Essa inquietação ficou ainda mais forte depois da leitura de Unmasking AI, da pesquisadora Joy Buolamwini. 

O livro me fez refletir sobre o impacto das tecnologias que usamos todos os dias. E, no marketing, não tem jeito: a IA já está em muitas atividades.

Ela nos ajuda a estruturar ideias, destrava a produção, acelera fluxos. 

Sim, a IA é potente. 

E, como boa parte das pessoas, eu também me empolgo com as possibilidades.

Mas cada vez mais percebo que o diferencial não está na ferramenta em si e sim em como e porquê se escolhe usar, principalmente pelos seus vieses.

Esse conteúdo nasceu justamente para ajudar líderes a repensar o modo que a IA entra (ou deveria entrar) no processo de conteúdo do seu time — e de que maneira você pode guiar isso.

Vamos falar sobre os impactos reais da IA na produção de conteúdo e que forma seu olhar precisa impactar a operação do seu time junto com essa inteligência.

Bora!

Quais os impactos da IA na produção de conteúdo?

Quando se fala em IA generativa, é comum pensar primeiro em velocidade e volume.

E sim, essas são vantagens reais. Mas, na prática, os impactos da IA, principalmente generativa, na produção de conteúdo são bem mais amplos do que isso.

A inteligência artificial está mudando o escalonamento das entregas e o posicionamento digital. 

Só que nem toda automação gera valor.

E é aí que entra a diferença entre usar IA de forma operacional e aplicar com visão estratégica.

Com as ferramentas certas, a IA pode:

• Agilizar a produção sem abrir mão de consistência;
• Ajudar o time a sair do zero mais rápido, com estruturas, variações e brainstorming de ideias;
• Oferecer personalização em escala, com sugestões baseadas em dados;
• Otimizar conteúdos com base no que já performou bem.

Marcas que usarem IA apenas para ganho final de eficiência ficarão para trás. 

O ganho final deve ser usar eficiência para aumento de qualidade e inovação!

Mas também existem riscos reais, especialmente para empresas que dependem de um bom posicionamento de marca:

• Conteúdos genéricos que não conectam com o público;
• Falta de profundidade nos temas, o que afeta a credibilidade;
• Perda da identidade da marca.

E os dados comprovam esse cenário.

Um estudo da NP Digital com 68 sites e 744 artigos comparou o tráfego médio gerado por conteúdos escritos apenas por IA e por redatores humanos. 

O resultado: os conteúdos 100% humanos superaram — com folga — os textos feitos por IA, mês após mês. 

Até mesmo no mês que caiu em relação ao próprio conteúdo humano, ele sempre esteve bem à frente do criado pela inteligência artificial.

No quinto mês da análise, por exemplo, os artigos escritos por pessoas geraram, em média, mais de cinco vezes mais tráfego do que os feitos exclusivamente por IA (283 vs. 52).

Outro gráfico do estudo reforça essa diferença ao avaliar aspectos qualitativos do conteúdo.

O material 100% IA, mesmo quando bem escrito, teve nota média de 3,6 em 10. 

As maiores quedas foram em originalidade, engajamento e potencial de leitura — pontos essenciais para quem trabalha com marca, experiência e construção de autoridade!

Já os conteúdos criados com apoio da IA, mas com curadoria humana, chegaram a uma nota de 7,5 — com destaque para SEO, legibilidade e capacidade de conexão com o leitor.

O que esses dois gráficos mostram? 

Que IA sozinha entrega volume. 

Mas é a combinação com estratégia humana que entrega performance.

E conteúdo que não performa, para quem lidera marketing, é custo!

É por isso que, na NP Digital, defendemos que IA sem estratégia é só mais uma ferramenta. O diferencial está em como ela se encaixa na sua operação para gerar resultado de verdade.

A gente acredita — e comprova na prática — que a produção de conteúdo com IA precisa estar integrada a uma visão mais ampla de presença digital. 

Por isso criamos o conceito de Search Everywhere Optimization: uma metodologia proprietária que considera todos os pontos de descoberta do seu público, dentro e fora do Google. 

Otimização é para fazer pensando em ser encontrado na internet e não somente em um buscador.

5 ferramentas de IA na produção de conteúdo

Vamos ser realistas: os times já estão usando IA. 

Segundo o relatório mais recente da Clevertap, 71,4% dos profissionais de marketing afirmam que suas equipes de conteúdo já utilizam ferramentas de IA com frequência. 

E não é à toa. 

Mas o seu time tem clareza sobre o que deve ou não delegar à IA? 

E, mais ainda: ele está medindo performance real ou só produzindo mais rápido?

Usadas com critério e estratégia, essas ferramentas ajudam a acelerar entregas, inspirar novas abordagens e escalar a produção com consistência.

Dito isso, posso falar de algumas ferramentas que estão ganhando espaço nos fluxos de conteúdo — inclusive dentro da NP Digital — e que seu time também deve se atentar:

ChatGPT

O ChatGPT é a plataforma mais conhecida e, provavelmente, a mais usada.

Serve como um verdadeiro “copiloto” criativo: ajuda a destravar bloqueios, organizar ideias, testar estruturas e até simular personas.

Eu considero como um parceiro para rascunhar pautas, gerar variações de título e revisar textos com foco em SEO ou clareza!

Niara

A Niara é uma ferramenta brasileira de SEO e inteligência artificial criada para agilizar o processo de produção de conteúdo otimizado, desde o briefing até a publicação. 

Ela combina IA generativa com automações de SEO, o que ajuda times a produzirem com mais consistência — e menos retrabalho.

O grande ponto é que ela tem foco no mercado brasileiro, ou seja, linguagem natural adaptada ao nosso contexto e integração com ferramentas locais!

NAPKIN

Uma ferramenta de IA feita para ajudar em algo que nem sempre é fácil escalar: ideias boas, bem estruturadas e rápidas de colocar em prática.

A Napkin AI combina inputs curtos com lógica de estruturação estratégica para storytelling empresarial. 

Ou seja, você insere uma ideia, insight ou “pedaço de pensamento” e ela ajuda a expandir isso em formatos de conteúdo visual, como gráficos.

MidJourney

Ferramenta de geração de imagens por IA, bastante usada para apoio de imagens.

Cria ilustrações, mockups e conceitos visuais com base em comandos de texto.

Também pode ajudar sua equipe a ilustrar conteúdo sem depender de um banco de imagens genérico ou de uma equipe de design sobrecarregada.

Perplexity

O Perplexity é um excelente buscador com IA.

Ele funciona como um motor de busca conversacional que responde com base em múltiplas fontes confiáveis e, mais importante: direciona tráfego para os sites citados!

É ótimo para balizar fontes de pesquisas e, de quebra, não podemos deixar de lembrar que o conteúdo publicado por uma marca já pode estar sendo referenciado lá.

Na prática, como produzir conteúdo com IA?

A essa altura, já está claro que a IA pode acelerar — e muito — o fluxo de produção de conteúdo. E você, enquanto liderança, precisa propor uma visão mais ampla para o seu time. 

Mas como orientar toda sua equipe a fazer isso sem cair na armadilha de entregar mais do mesmo?

A resposta está no uso inteligente da ferramenta: não é sobre automatizar tudo, mas sobre usar a IA como apoio em etapas específicas do processo. 

E cada uma dessas etapas exige atenção diferente.

Um outro estudo recente da NP Digital com 300 profissionais de marketing mostrou onde a IA está sendo mais aplicada hoje:

• 37% na redação do conteúdo (drafting);
• 26% na pesquisa;
• 21% na edição;
• 12% no brainstorming;
• 4% na otimização final.

O que se tira disso é que o uso da IA está concentrado no início da produção. Em outras palavras, ajuda a destravar ideias, reunir referências e rascunhar. 

E isso faz sentido. 

Nessas fases, a IA é realmente útil para ganhar velocidade e dar estrutura, especialmente quando o time está com prazos apertados ou rodando alto volume.

Mas o que esse gráfico também evidencia é que as etapas mais sensíveis — edição e refinamento — ainda são majoritariamente humanas. 

Principalmente porque existe muito viés na alimentação de dados das IAs.

E dados direcionados levam a escolhas direcionadas, que podem não ser boas nem para o  conteúdo e nem para a empresa.

É também nessa fase que o conteúdo ganha personalidade, tom de voz e contexto de marca.

Por isso, se você quer usar IA de forma eficiente no seu time de marketing, aqui vão 5 pontos essenciais para considerar:

1. Comece com um bom briefing. IA nenhuma compensa um direcionamento ruim. Quanto mais claro o objetivo e o público, melhor será a entrega.
2. Use a IA para explorar caminhos, não para finalizar.  Ela ajuda a sair do rascunho em branco, mas o acabamento — o que conecta com gente de verdade — ainda precisa de olhar humano.
3. Crie modelos e prompts alinhados ao tom da sua marca. Isso evita que cada conteúdo pareça escrito por uma pessoa diferente (ou pior: por robôs diferentes). Mas em vez de só pedir respostas, peça perguntas também! Tenho testado esse outro sentido e venho colhendo bons frutos!
4. Estabeleça uma rotina de revisão com foco em clareza, autoridade e escaneabilidade.  Se a IA entregar um texto genérico, seu papel é transformar aquilo em algo que realmente ensine, engaje e performe. Mas seu papel também é ter responsabilidade de checar tudo que a IA afirma, ok?
5. Meça o impacto. Não adianta produzir mais se isso não se traduz em tráfego qualificado, conversão ou autoridade de marca. A eficiência precisa ser visível no resultado.

E aqui entra de novo o conceito de Search Everywhere Optimization: a produção de conteúdo com IA só faz sentido se for pensada para os múltiplos pontos de descoberta do seu público — redes sociais, marketplaces, plataformas de IA, buscadores. 

Cada canal tem seu contexto, seu jeito de consumir, seu ritmo. 

A importância do olhar humano na produção de conteúdo com IA

A gente já sabia que esse momento ia chegar, né?

Na atualização de janeiro de 2025, o Google deu nome aos bois: conteúdo gerado por IA pode ser útil, mas, quando feito de forma abusiva, será penalizado.

Além disso, pela primeira vez, o documento oficial da empresa trouxe um posicionamento claro sobre o uso da IA generativa.

Os avaliadores de qualidade de conteúdo agora são orientados a identificar material criado por IA pura e classificar com a nota mais baixa.

O Google passou a monitorar sinais de conteúdo em massa, de baixo esforço, especialmente aqueles com aparência automatizada.

E sim, conteúdos “robotizados” — sem profundidade, tom de voz ou experiência — passam a ter mais risco de perder visibilidade.

O conteúdo feito “só pra escalar” está com os dias ainda mais contados. E na minha opinião, jamais deveriam ter existido, sendo sincera.

Um estudo da NP Digital com 1,8 milhão de visitantes mostrou que, quando as pessoas sabiam que o conteúdo havia sido escrito por IA, elas passavam menos tempo na página. Em média:

• Conteúdo escrito por humanos: 2min36s de permanência;
• Conteúdo híbrido (IA + humano): 1min58s;
  Conteúdo 100% IA: 1min21s.

Esse dado reforça algo que todo mundo do marketing sente no dia a dia: as pessoas percebem quando o conteúdo foi feito no piloto automático. 

E, se não se conectam, simplesmente abandonam.

Outro estudo importante mostra o seguinte: apesar de a maioria das empresas já estar usando IA (640 entrevistados), apenas 282 usam IA combinada com intervenção humana. 

E, como vimos antes, é justamente esse modelo híbrido que gera os melhores resultados em tráfego, tempo de leitura e engajamento.

A conclusão é clara: a IA pode — e deve — continuar sendo usada na produção de conteúdo. Mas o olhar humano é o que transforma informação em comunicação.

É o que dá contexto. É o que traz identidade. É o que conecta com o leitor.

E, cada vez mais, é o que diferencia conteúdo que ranqueia de conteúdo que desaparece!

Na NP Digital, o uso de IA é estratégico, não automático. 

Faz parte da nossa metodologia de Search Everywhere Optimization, que entende a produção de conteúdo como parte de um ecossistema maior — onde a relevância vem da junção entre tecnologia, criatividade e inteligência de marca. E se você precisar, a gente pode te ajudar com isso!

Então, sim, use IA.

Mas use com consciência, estratégia e, acima de tudo, cuidado de quem entende que conteúdo é construção de valo!

IA é ferramenta; estratégia é diferencial

A IA está nos fluxos, nos brainstormings, nos rascunhos e até nas revisões. 

Mas o ponto é: ela só gera valor real quando entra no processo com propósito.

A gente viu que:

• Conteúdo 100% feito por IA performa pior — em tráfego, em tempo de permanência, em engajamento;
• O Google já está penalizando textos genéricos e automatizados, deixando claro que volume sem valor não tem mais espaço;
  O olhar humano é o que transforma uma estrutura em narrativa, uma pauta em posicionamento e um parágrafo em conexão.

Na NP Digital, nosso compromisso é com resultado — e por isso acreditamos no modelo que combina tecnologia com inteligência estratégica. Eu e todo meu time de SEO temos feito isso e colhido bons frutos.

Search Everywhere Optimization é uma forma de entender presença digital de forma ampla, adaptável e cada vez mais conectada ao comportamento do usuário.

Então, se a IA já entrou no seu processo de conteúdo (e tudo indica que sim), o próximo passo é garantir que ela esteja a serviço da sua marca — e não o contrário!

Porque no fim do dia, quem lidera marketing precisa entregar mais do que conteúdo.
Precisa entregar percepção, conexão e resultado.

E isso, nenhuma ferramenta faz.