Liderança na era digital e o que isso significa para gestores

Rafael Mayrink
Espero que você goste desse artigo. Se você quer que meu time faça o seu marketing, clique aqui.
Author: Rafael Mayrink | CEO NP Digital Brasil NP Digital Brasil
Published junho 11, 2025

A liderança na era digital é um desafio, e eu falo isso por experiência própria. Foi só quando parei de tentar parecer um líder perfeito e comecei a escutar de verdade que as mudanças começaram a acontecer.

Atualmente, lidero uma equipe 100% remota em 17 estados, e o que sustenta essa operação não é um software de gestão. 

liderança na era digital

O segredo nem é tão secreto assim: é a soma do jeito como a gente se relaciona e a forma que o time se posiciona diante do caos.

Nunca vou cansar de dizer que liderança digital não é sobre tecnologia, mas sobre gente. É sobre saber dar clareza, mesmo sem estar na mesma sala. 

E várias outras coisas…

Por isso, meu amigo, se você acha que liderança digital é usar IA ou automatizar e-mail, vou te avisar desde que já não é.

Esse tempo de estrada, depois de anos trabalhando para “pagar conta”, me ensinou muita coisa até chegar onde cheguei.  Por isso, meu papel hoje é passar um pouco disso para você, como CEO da NP Digital Brasil. 

Como funciona a liderança na era digital?

Liderança digital, por mais que venha com esse nome, não tem nada a ver só com online. É, na verdade, sobre estar presente mesmo distante.

É fácil achar que liderar nesse novo contexto é dominar um monte de ferramentas, saber automatizar tarefas ou se manter atualizado sobre todas as tendências do mercado.

Mas, na prática, estou falando de clareza em um cenário onde todo mundo tem muita informação, só que pouca direção.

Você precisa tomar decisões com base em dados, mas sem esquecer o feeling; precisa delegar sem abandonar; precisa confiar sem perder o pulso. 

Às vezes tudo em um dia só.

E liderar na era digital é justamente fazer com que as pessoas saibam o que importa, mesmo quando você não está disponível.

Impactos da liderança na era digital

Liderar no ambiente digital mudou o peso das palavras, das ausências e das decisões. 

O impacto de uma liderança madura aparece, ou falha, em três frentes: performance, cultura e informação.

Desempenho organizacional

Pensa num time que entrega tudo “no prazo” — mas nada impacta de verdade.

A pauta entra no Trello, os cards se movem, o relatório sai bonito. Mas o cliente não renova, o comercial trava, e ninguém sabe bem por quê.

Quando vai ver, era tudo tarefa sem contexto. Ninguém sabia para que era a tarefa; só sabia o que precisava entregar.

Esse tipo de time está sempre ocupado. Essas pessoas dizem que estão sempre sobrecarregadas, mas não estão performando!

A liderança digital precisa entender isso rápido: performance real só aparece quando existe direção compartilhada. 

E esse alinhamento não vem em forma de e-mail ou plano de ação. Vem do espaço aberto para dúvida e da segurança para perguntar: “por que mesmo estamos fazendo isso?”

Cultura e clima

Pouca gente sabe disso, mas eu já fui processado e perdi o processo.

Foi o único da história da NP Digital,  entre mais de 400 clientes que já tivemos. A alegação era absurda e meu advogado sugeriu um acordo.  

Mas eu fiquei tão indignado com o que li que deixei o ego tomar conta. Fui até o fim… e perdi mais do que teria perdido se tivesse respirado e seguido a orientação.

Na época, achei que estava defendendo a empresa. Mas, no fundo, estava reagindo com vaidade.

E isso me ensinou uma coisa que levo para dentro da liderança:  a forma como você reage nos momentos difíceis influencia diretamente o ambiente à sua volta.

Se o líder responde com impulsividade, o time aprende a pisar em ovos. Se responde com equilíbrio, passa segurança mesmo quando a decisão é dura.

Cultura não é o que a gente escreve e sim o que a gente permite. E o clima nasce das repetições pequenas, das conversas no dia ruim, de como as pessoas se sentem depois de uma reunião difícil e por aí vai.

Gestão da informação humana

O excesso de ferramentas não resolve o excesso de ruído.

Você pode ter dashboards lindos, alertas automáticos, relatórios em tempo real e ainda assim ver um time confuso, desalinhado e improdutivo.

O problema quase nunca é a falta de dados (às vezes é também), mas o jeito como a informação circula.  É o que se compartilha, com quem e com qual propósito.

E mais: por trás de cada métrica, tem alguém executando. Quem lidera no digital precisa lembrar disso.

Por isso, antes de cobrar uma taxa de conversão, eu chamo a pessoa pelo nome. Antes de revisar o número, eu converso com quem está por trás dele.

Como escreveu Dale Carnegie: “O nome de uma pessoa é, para ela, o som mais doce e importante que existe.”

Liderar bem na era digital é isso:  fazer com que a informação certa chegue à pessoa certa, no momento em que ela realmente pode agir com aquilo, sempre  sabendo que está sendo vista como gente, não só como número.

Características essenciais da liderança digital

características da liderança digital

Não existe um “tipo ideal” de líder digital. Mas existem comportamentos que fazem diferença, todos os dias.

Essas são as características que mais vejo funcionando na prática, inclusive nos times que lidero hoje:

1. Clareza

Se o time precisa decifrar o que você quis dizer, já começou errado. De verdade.

Quem lidera precisa ser o primeiro a enxergar o caminho  e o primeiro a traduzir isso com simplicidade.

Clareza não é só comunicar. É alinhar expectativa com direção.

Simon Sinek resume bem isso em Comece pelo Porquê: “As pessoas não compram o que você faz, elas compram o porquê você faz.”

2. Escuta ativa

Não é “estar aberto ao feedback”, é buscar ativamente o que o time está sentindo, observando e propondo.

A escuta muda tudo: desarma tensões, antecipa erros, fortalece relações. 

Foi numa conversa com o jornalista Milton Jung — uma das vozes mais respeitadas do jornalismo brasileiro e referência quando o assunto é comunicação com propósito — que entendi isso com ainda mais nitidez:

“É na escuta ativa que o conhecimento começa a andar dentro da empresa.” 

E ele fala sobre isso nessa entrevista do NPCast que tive a honra de gravar com ele, e que vale cada minuto:

3. Capacidade de delegar com responsabilidade

Liderança digital não combina com microgestão, definitivamente. Mas também não é sobre largar o time no escuro e esperar o resultado.

Delegar bem é definir o que precisa ser entregue, acompanhar com inteligência e corrigir com respeito, sem travar a autonomia de quem executa.

Já vi muita liderança “boa de intenção” que travava o time por falta de alinhamento. O tipo de gente que delega, mas puxa de volta no primeiro tropeço.

Como escreveu a Brené Brown, em A Coragem de Ser Imperfeito: “Claro é gentil. Obscuro é cruel.”

4. Consistência

Ferramentas mudam. Prioridades mudam. Mas o time precisa sentir que pode contar com você, sempre.

Se cada dia tem uma regra nova, uma urgência inventada, uma mudança de rota sem explicação… o caos vence.

Consistência é o que transforma liderança em confiança.  É o que faz o time respirar e seguir, mesmo em cenários de incerteza.

5. Autoconhecimento

Liderar num ambiente dinâmico significa aceitar que você não vai ter todas as respostas, e tudo bem.

O problema não é, jamais,  admitir dúvida. O problema é fingir que está tudo sob controle enquanto todo mundo percebe que não está.

Essa virada de chave me ajudou muito como CEO. Aprendi que vulnerabilidade, também com a Brené Brown, bem dosada não fragiliza, aproxima.

E aproximação gera lealdade, que nenhuma hierarquia obriga.

Como colocar a liderança digital em prática?

Não adianta falar bonito sobre escuta, autonomia e cultura se, na prática, o time continua perdido, sobrecarregado e desmotivado.
Aqui vão passos que funcionam:

como implementar a liderança digital

1. Estabeleça rituais simples e consistentes

A Márcia, gestora de marketing, tem um time pequeno. Isso significa que ninguém tem tempo sobrando para reunião que não leva a lugar nenhum. 

Isso pode ser você também.

Por isso, assim como eu, ela deve ter um check-in semanal com foco em:

  • Prioridades reais da semana;
  • Obstáculos travando entregas;
  • E reconhecimento de boas práticas.

2. Crie um canal seguro de escuta

Não é só dizer “porta aberta”. 

É mostrar, na prática, que o time pode falar sem medo de represália.  Um exemplo: rodadas quinzenais de pulse check com duas perguntas simples;

  • O que está funcionando bem?
  • O que está te atrapalhando a entregar melhor?

Você se surpreende com o que aparece. E muitas vezes, pequenos ajustes evitam perdas grandes lá na frente.

3. Use a tecnologia com propósito (não por modinha)

Se o seu time já está atolado de tarefas, não adianta colocar mais uma ferramenta “revolucionária” que ninguém pediu.

Quer testar algo novo? Escolha uma dor real para resolver  e explique o porquê da mudança.

Na NP, adotamos o Slack, como comunicação assíncrona e ferramenta central porque, de fato, é muito mais produtivo que o WhatsApp.

4. Deixe o time saber o que você está enxergando

Muita liderança peca por omissão… e o time sente que está apagando incêndio e ninguém sabe qual é o plano.

Exemplo: toda segunda-feira, você pode mandar um áudio de 2 minutos para o time comercial:

  • O que está vendo no mercado,
  • Onde precisa agir rápido,
  • E um elogio real de alguém que mandou bem na semana.

Custa zero. 

E engaja mais que qualquer campanha de endomarketing.

5. Mostre que você está junto, mesmo quando delega

 Delegar bem é diferente de largar, né? Sei que já mencionei isso, mas não custa reforçar.

Quando alguém que trabalha diretamente comigo me pergunta: “Posso te acionar se eu travar?”, minha resposta é sempre a mesma:

“Eu confio em você. Mas se travar, não fica quieto, me chame”.

Desafios enfrentados pela liderança digital

desafios da liderança digital

Existem três tipos de liderança nas empresas:

  1. A que é lembrada em todos os lugares por onde passou — e que deixa saudade;
  2. A que também é lembrada — mas como um alívio quando vai embora;
  3. E aquela que não deixa marca nenhuma. Passa e some.

O que separa a primeira das outras duas não é carisma, nem currículo. É uma coisa só: uma liderança moderna.

E se é tão simples, por que é tão difícil de encontrar?

Porque a liderança moderna esbarra em quatro grandes barreiras, todas mais comportamentais do que técnicas:

1. Adaptação contínua

O ambiente digital muda toda semana. Ferramentas novas surgem, metas mudam de direção, prioridades são redefinidas em tempo real… enfim.

Quem lidera precisa aceitar que vai passar parte do tempo desconfortável. Só que também precisa preparar o time para esse desconforto também.

Na NP Digital, já trocamos ferramentas durante projetos em andamento. 

E só conseguimos seguir sem caos porque havia alinhamento prévio: todo mundo entendia o porquê das mudanças e o impacto real no dia a dia.

2. Desenvolvimento de competências

A Springboard apontou que 70% dos líderes relatam lacunas críticas em habilidades digitais nas suas empresas.

E a Harvard Business Publishing revelou que 70% dos profissionais de RH e desenvolvimento organizacional acreditam que os líderes precisam dominar um conjunto mais amplo de competências para enfrentar os desafios atuais.

Não é sobre virar especialista em tudo, ok? Até porque o mundo digital (e o off também) é imenso. Mas reportório transforma.

É saber conversar com o time de mídia, de conteúdo, de CRM. Entender os limites do que a automação resolve  e o que ainda depende de pensamento crítico. 

3. Gestão da informação

Já perdi tempo demais com time discutindo taxa de cliques enquanto o comercial estava paralisado por falta de leads. 

O dado estava ali. 

Mas ninguém sabia como interpretá-lo com prioridade.

Por isso, criamos rituais simples:

  • Reuniões semanais com três métricas-chave;
  • Cada dado precisa responder a uma pergunta real: “isso muda alguma decisão?”

Se não muda, sai da pauta.

4. Condução de transformações organizacionais

A transformação não começa com novo cargo, nem com discurso bonito na reunião geral da empresa.

Ela começa quando o líder muda primeiro. Quando a coerência entre o que se fala e o que se faz vira prioridade.

Vai aqui outra frase que faz muito sentido para mim e eu nunca esqueci no livro Isso É Marketing, de Seth Godin: “Para mudar a cultura, não temos escolha a não ser reconhecer a cultura que pretendemos mudar.” 

E para dialogar com tudo isso, aproveite para ver NPCast que gravei com Adriana Salles, uma das mentes mais brilhantes por trás da MIT Sloan Review Brasil e HSM Management, sobre a liderança do futuro.

Liderar é sobre gente

Liderar na era digital não é sobre ser moderno por ser, embora exija isso. É sobre ser útil.

Isso passa pela coragem de escutar antes de agir; saber traduzir ruído em direção e parar de achar que tecnologia resolve gente.

É hora de começar a formar gente que saiba usar tecnologia.

A verdade é que ninguém está 100% pronto para esse cenário. Nem eu.

Mas os líderes que mais crescem são aqueles que têm repertório para pensar, humildade para escutar e energia para agir.

Se você é essa pessoa na sua empresa, ótimo. Se ainda não é, começa com um passo: na próxima reunião, escute de verdade.

O resto vem depois.

NP Digital Brasil

Você quer resultados imediatos?

Minha agência pode fazer todo o trabalho pra você. Somos especialistas em:

  • SEO - Colocamos seu site no topo das pesquisas do Google
  • Mídia Paga - Fazemos seu negócio alcançar quem importa no momento certo
  • Data & Conversion Intelligence - Desbloqueamos as conversões do seu site e criamos dashboards para melhores análises

Fale com um especialista

Consultoria com Neil Patel
Rafael Mayrink

About the author:

CEO NP Digital Brasil NP Digital Brasil

CEO NP Digital Brasil, sócio Neil Patel, empreendedor e conselheiro de empresas. 20 anos de experiência em Marketing e Comunicação. Ajuda gestores e empresas, como a TOTVS, CNN, Phillips, a usarem o marketing digital de forma estratégica. Colunista HSM Management.

Follow the expert:

Compartilhe

Neil Patel

source: https://neilpatel.com/br/blog/lideranca-na-era-digital/