Nos últimos 5 anos, a tecnologia tem revolucionado a forma como os profissionais de marketing interagem com seus consumidores. Hoje você tem acesso a softwares avançados e dados sobre o consumidor que te possibilitam fazer um marketing mais relevante, segmentado e engajante.
Não é à toa que 50 a 65% dos executivos espera gastar mais em tecnologia de marketing no próximo ano.
Mas e se eu te disser que isso é apenas o início?
Nos próximos 5 anos, o marketing vai passar por uma mudança enorme – e provavelmente ficará praticamente irreconhecível.
Você provavelmente não fará otimização para mecanismos de busca. Em vez disso, vai criar uma experiência virtual exótica para seus consumidores. Você não vai criar conteúdo. Em vez disso, vai se concentrar em atividades de negócio de alto nível.
Alguns sinais desse futuro já estão entre nós. Um grande exemplo são os assistentes de voz baseados em inteligência artificial nos nossos smartphones, que fazem algumas tarefas simples para nós. Sim, esses assistentes ainda não têm contexto, e não são funcionais para tarefas mais complexas. Mas vamos chegar lá em breve.
Para te dar uma visão geral, aqui estão as 5 tecnologias emergentes que, segundo a Forrester Research, vão mudar o mundo nos próximos 5 anos.
Nós já temos algumas informações sobre como essas tecnologias vão afetar a relação cliente-negócio. Assim, neste artigo, vamos imaginar o futuro. Aqui está a primeira grande mudança que você pode esperar.
1. Deixe os mecanismos de busca de lado. Os assistentes virtuais vão apoiar a experiência do cliente.
Os mecanismos de busca – mais especificamente, o Google – eram o centro da descoberta de conteúdo. Depois, os smartphones e as plataformas de mídias sociais vieram mudar os hábitos dos consumidores. Agora já passamos do ponto de ruptura dos dispositivos móveis.
Sim, os mecanismos de busca continuam a ter um papel essencial na descoberta de conteúdo, com o Google sozinho lidando com 2 trilhões de buscas por ano.
Mas será que você não prefere um produto que te recompensa com resultados mais relevantes em tempo real?
É por isso que os chatbots provavelmente vão dominar a vida do consumidor.
Vamos supor, por exemplo, que você esteja indo para a Califórnia e queira experimentar um hambúrguer incrível lá. Talvez você ligue para um amigo que conhece bem a região ou peça sugestões a amigos em mídias sociais.
E se você estiver muito motivado, vai fazer uma pesquisa no Google com os termos “o melhor hambúrguer da Califórnia” e ver resultados como os que aparecem abaixo.
Não sei no seu caso, mas eu não tenho paciência para ler sobre “as 10 ou 15 melhores hamburguerias” quando estou com fome. Eu vou ficar indeciso com tantas opções e perder tempo.
Assim, veja como essa tarefa pode ser feita com o Facebook M – o assistente virtual baseado em texto do Facebook.
Superfácil.
Você conversou em tempo real com um smartbot e ele até fez uma reserva no restaurante para você.
Esses assistentes ainda estão nos primeiros estágios de desenvolvimento. Mas imagine a conveniência que eles vão oferecer quanto estiverem mais avançados. Já não será preciso abrir uma nova aba no navegador, telefonar ou ir aos lugares.
Aqui está outro exemplo: uma conversa que Nick Statt teve com o Facebook M para pedir um burrito de café da manhã:
Nesse momento, há pessoas monitorando os diálogos dos dois lados. E o M requer que você insira seu gênero, tipo de comida e outras preferências. As recomendações são baseadas em avaliações no Yelp e diretórios públicos.
Mas a versão disponibilizada para alguns usuários selecionados ainda está em beta.
Em breve, após mais treinamento…
O assistente vai se tornar melhor em julgar a sua intenção e entender as suas preferências, além do seu comportamento em geral.
Talvez o assistente toque músicas de acordo com o seu humor, cuide do seu calendário e administre boa parte da sua vida. E podemos esperar algumas qualidades humanas nesses chatbots de inteligência artificial, quando o serviço já tiver gerado mais dados para o Facebook. E quando os diálogos fluírem bem, podemos esperar que os consumidores se sintam emocionalmente conectados aos seus assistentes.
Espera-se que em 2018, os assistentes de cliente já sejam capazes de reconhecer indivíduos por suas faces e vozes em múltiplos canais.
E o Facebook não é o único a desenvolver um assistente virtual. A Google, a Amazon e a Apple também aderiram a essa tendência. Eu falei anteriormente sobre como buscas em mecanismos de pesquisa vão se tornar mais diretas e de como fazer SEO para voz.
Para profissionais de marketing inovadores como você, isso cria a necessidade de adaptar suas ações de marketing para satisfazer consumidores em tempo real. Você tem acesso direto ao bolso do consumidor.
Se estiver disposto, você pode construir o seu próprio chatbot, para elevar a experiência do seu consumidor com o serviço, como no caso do Motion.ai. Caso contrário, aprenda a usar os assistentes Siri, Google Now, Facebook M, Cortana e Echo. Use as funcionalidades deles para aperfeiçoar a experiência do seu cliente. O Facebook já lançou o Facebook Messenger Chat for Businesses.
2. As máquinas vão ajudar na criação de conteúdo
É, eu sei.
Eu adoro escrever e fazer marketing de conteúdo. Todos os meus negócios foram construídos ao redor disso.
Mas, apesar da minha resistência à essa ideia, certos tipos de texto podem ser gerados por máquinas. E como empreendedor, você precisa automatizar tarefas repetitivas para aumentar sua eficiência. Produzir conteúdo não é diferente.
Segundo estima a Gartner, em 2018 20% do conteúdo para negócios será criado por redatores-robô.
Mais especificamente, conteúdos baseados em dados e informações analíticas serão processados em uma linguagem natural por ferramentas de redação. Isso pode incluir press releases, guias técnicos, documentos legais e outros.
O impressionante é que um jornalista robô pode gerar 2.000 artigos coerentes e baseados em dados a cada segundo.
Bem, talvez você já tenha visto muita coisa reescrita. De fato, eu inseri um parágrafo desse artigo no bot disponível em free-article-spinner.com.
Veja como a sofisticada substituição de palavras resultou em um texto sem sentido:
No futuro, conteúdos escritos por robôs serão coerentes e legíveis para humanos.
De fato, a Associated Press (AP) e outros editores já publicam conteúdo sem autores humanos. Aqui está um exemplo: um artigo sobre a Apple aparecendo no topo das previsões para o primeiro trimestre de 2015.
A AP, especialmente, automatiza 3.000 relatórios financeiros a cada trimestre.
Você pode começar a gerar conteúdo usando linguagem natural automatizada para o seu negócio hoje mesmo, usando um serviço como o Automated Insights. Se você está se perguntando como a ferramenta funciona, aqui está uma explicação do Wordsmith. Você insere dados, cria um modelo, pré-visualiza e publica o artigo.
O Wordsmith se diz capaz de criar conteúdo personalizado que fala com todos os leitores, ao mesmo tempo cuidando do SEO em larga escala.
E adivinhe?
Criar 1.000 histórias baseadas em dados custa apenas $250.
E então, o que o conteúdo gerado por inteligência artificial significa para nós, profissionais do marketing?
Apesar de a qualidade ser extremamente importante, você precisa aumentar a frequência do seu conteúdo.
Já te mostrei que sites como o Huffington Post e o Business Insider publicam milhares de posts de blog em um dia.
Veja o aumento no número de posts publicados no WordPress no período que vai de outubro de 2006 a julho de 2016. 70 milhões de artigos foram publicados somente em julho de 2016.
Ao longo de 7 anos, o número de páginas indexadas no Google também cresceu, de 1 trilhão para 30 trilhões. É um aumento enorme!
Se você me segue há algum tempo, sabe que eu ADORO escrever. O BuzzSumo analisou meus artigos e constatou que minha estratégia de alto volume de publicação me coloca na concorrência com outros grandes editores do marketing online.
Assim, as ferramentas de conteúdo automatizado podem ser uma excelente opção para aumentar a frequência do conteúdo. O Washington Post fez uma experiência com histórias automatizadas recentemente, durante os Jogos Olímpicos. Basicamente, um bot próprio (Heliograf) pegou dados do Stats.com e transformou-os em narrativas curtas. Aqui estão alguns exemplos das publicações usando dados dos Jogos Olímpicos de 2012, publicadas pelo Washington Post:
É importante observar que redatores e editores humanos estavam presentes para editar o conteúdo e publicar artigos mais aprofundados. O Washington Post também vai utilizar histórias automatizadas durante as eleições presidenciais nos E.U.A.
Bem, os bots de inteligência artificial estão começando a dominar o conteúdo escrito, agora mesmo. Assim, essa opção não será tão valiosa no futuro. Mas e o conteúdo em vídeo, áudio, interativo e outros formatos? Adotar formatos de conteúdo que são tendência vai te dar uma vantagem.
3. Você verá sites com design feito por inteligência artificial
Se os robôs vão dominar a criação de conteúdo, como o design de sites poderia ficar com os humanos?
Pense nos últimos 5 anos.
Você já percebeu como criar sites ficou muito mais fácil?
Existem plataformas apropriadas para iniciantes, como o WordPress e o Wix. Você pode facilmente arrastar e soltar elementos para construir sites funcionais e completos. De fato, muitos desenvolvedores oferecem temas e plugins para a personalização do seu site.
O problema com sites baseados nesses modelos é que eles podem ficar extremamente comuns e converter mal. É por isso que negócios contam com o expertise de web designers e programadores competentes para otimizar seus sites. Selecionar fontes, cores, design e outros aspectos é muito trabalhoso.
Mas no futuro, um webmaster comum provavelmente não vai precisar ter talento em design.
Um assistente baseado em inteligência artificial (claro) vai fazer algumas perguntas sobre o seu negócio e o tipo de site que você quer criar.
E, BOOM!!
Você terá um site totalmente funcional sem ter que programar ou organizar elementos.
Existem plataformas, como o The Grid, que têm algoritmos e regras para criar sites. E todos eles usam inteligência artificial.
Mas design é uma arte. É quebrar as regras e tomar decisões ousadas. Assim, o The Grid recebeu críticas sobre a falta de inteligência humana em suas soluções personalizadas.
Startups, como o Wix, também assumiram esse desafio. Eles estão minando toneladas de dados de seus 85 milhões de usuários para treinar algoritmos e extrair possibilidades de design interessantes. Como a inteligência artificial depende muito dos dados, provavelmente veremos designs mais inteligentes e criativos na medida em que mais empresas adotam o design de inteligência artificial.
Aqui está um exemplo, um site modelo criado por bots, para mostrar o que você pode esperar:
4. A internet das coisas oferece uma grande oportunidade para personalizar seu marketing
Mais e mais dispositivos estão se conectando e comunicando online todos os dias. Além dos smartphones e smartwatches, temos também dispositivos como o FitBit e o Nest Thermostat.
Na medida em que objetos cotidianos adquirem conectividade com a internet, você terá uma riqueza de dados sobre os consumidores. Você pode superpersonalizar seu marketing com esses insights detalhados sobre o comportamento dos consumidores. Com mensagens mais relevantes chegando aos seus clientes nos momentos certos, você verá mais engajamento e terá mais vendas.
O Marketo sugere que profissionais de marketing usarão a internet das coisas de várias formas.
Com acesso a questões e dados específicos sobre seus consumidores, você pode esperar que o marketing chegue a um nível mais pessoal e aprofundado. E você poderá oferecer soluções para os problemas do dia-a-dia de cada cliente.
Caso queira saber mais sobre como a internet das coisas vai revolucionar o marketing online, recomendo que leia esse artigo que escrevi para a Forbes.
5. Negócios vão usar a realidade aumentada e a realidade virtual de formas criativas
Você precisa conhecer o companheiro graficamente melhorado da inteligência artificial: a realidade aumentada. O Facebook investiu fortemente nessa tecnologia, e Zuckerberg apontou que
“A realidade virtual tem o potencial de se transformar na plataforma mais social.”
A realidade aumentada é divertida, interessante, social e pessoal. E você pode usá-la para integrar o conteúdo virtual ao mundo real.
Atualmente, algumas empresas estão usando a realidade aumentada para criar experiências de consumidor atraentes para seus produtos. Vou mostrar alguns exemplos rapidamente.
A Northern Lightning está mostrando sua coleção de móveis completa em realidade aumentada 3D. Além do maior engajamento de consumidores que usam o catálogo de produtos em realidade aumentada, isso também reduz a necessidade de produzir grandes quantidades de amostras físicas e os custos associados à produção e transporte delas.
A Turnstangen.de também está usando a realidade aumentada para melhorar a experiência de compra online de seus consumidores. Eles vendem barras de exercício e caixas de areia para crianças. A experiência em realidade aumentada ajuda os consumidores a se familiarizarem com a forma, tamanho e aparência dos produtos.
A Ray Ban usa um espelho virtual para mostrar em realidade aumentada como modelos de óculos diferentes se adaptam ao seu rosto.
A realidade aumentada ficará cada vez mais barata e fácil de usar, na medida em que sua adoção se expande.
Mas em vez de correr para essa tendência e criar um app de realidade aumentada, você deve:
Primeiro: focar em compreender o seus consumidores e em como você vai integrar essa experiência à jornada do comprador.
Ana Javornik oferece alguns conselhos interessantes sobre o uso de realidade aumentada para profissionais de marketing neste artigo.
Conclusão
A inteligência artificial e a realidade aumentada já são realidades, e estão mudando a forma como negócios se comunicam com clientes. Recomendo que você comece a pensar em como essas tecnologias vão afetar seu marketing e sua empresa em geral. Compartilhei nesse artigo 5 discussões diferentes, com alguns exemplos práticos, para que você inicie esse processo.
Tenho certeza de que você tem mais ideias sobre como tecnologias como a inteligência artificial e a realidade aumentada vão mudar o marketing. Compartilhe conosco na seção de comentários abaixo.
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