Muitos são os negócios que podem se beneficiar do intraempreendedorismo.
Isso vale especialmente para as empresas que querem inovar e se diferenciar para ganhar vantagem competitiva, mas encontram na falta de tempo e de recursos um obstáculo.
Para atender a essas necessidades, então, os gestores olham para dentro de suas próprias equipes para encontrar intraempreendedores.
Isto é, colaboradores que se destacam seja pela produtividade, pela vontade de inovar ou por tornar a própria organização melhor.
Não é à toa que as novas gerações têm um papel fundamental nesse contexto.
Sedentas por novidades e avessas a atividades repetitivas, são inovadoras por natureza.
E a sua empresa, está atenta a essas possibilidades?
Se ainda não, este é o conteúdo certo para você.
Explico nele o que é intraempreendedorismo e por que vai ajudar o seu negócio a faturar mais em 2020.
O que é o intraempreendedorismo?
Intraempreendedorismo é uma modalidade de empreendedorismo que seleciona os melhores talentos de uma empresa para acelerar inovações.
Ou seja, incentiva funcionários de destaque a atuarem como donos do negócio.
Permite que eles possam analisar cenários, criar ideias, inovar e buscar novas soluções e oportunidades.
Trata-se de uma forma inteligente para contornar os desafios de um mercado cada vez mais competitivo.
Uma relação de ganha-ganha, onde a empresa se beneficia e o colaborador é ainda mais valorizado.
Vale dizer que o colaborador do intraempreendedorismo é o intraempreendedor.
Um profissional à frente dos demais, capaz de agregar maior valor ao trabalho realizado.
Intraempreendedorismo: origem do termo
Traduzido para o português como empreendedor interno, o intraempreendedorismo vem da expressão “intrapreneur”.
O termo foi criado em 1978 como uma forma de se abreviar o conceito “intracorporate entrepreneuring”: empreendedorismo intracorporativo.
Mas só se tornou explícito em 1985, quando Gifford Pinchot III escreveu o livro “Intrapreneuring: Why You Don’T Have to Leave the Corporation to Become an Entrepreneur”.
Na obra, Pinchot afirma que intraempreendedorismo é empreender dentro dos limites de uma organização já existente.
Na época em que ela foi escrita, as empresas davam pouca ou nenhuma liberdade aos colaboradores.
Quem dirá para que fossem criar, errar ou inovar.
Então, não levavam em consideração ideias e sugestões deles.
Por isso mesmo, muitas fechavam as portas.
Mas isso mudou, felizmente.
Hoje, as empresas perceberam que até mesmo arcar com os erros suscetíveis à inovação também trazem oportunidades de melhorias.
O conceito passou a ser valorizado e aplicado por muitas das maiores empresas do mundo.
Você vai conhecer algumas delas ainda neste artigo.
Por que o intraempreendedorismo é tão importante?
Te devolvo a resposta com outra pergunta: quem entende melhor do seu negócio do que quem trabalha nele todos os dias?
O intraempreendedor é importante porque é capaz de melhorar a empresa na qual ele trabalha em todos os sentidos. Simples assim!
Quando falo em melhorar, leia-se: comunicação com o cliente, produtos, receitas, redução de desperdícios e várias outras coisas.
É a pessoa certa na empresa certa.
Alguém que sabe, inclusive, onde estão os problemas do negócio.
O intraempreendedorismo traz ganhos para a organização e também para o intraempreendedor .
Afinal, aumenta a satisfação do colaborador, favorece a retenção de talentos e otimiza recursos.
Quer mais?
É uma solução para lidar com o crescimento exponencial de empresas altamente inovadoras, criadas em fundo de garagem.
O desafio, no entanto, é que ainda é grande o número de organizações conservadoras em relação à inovação.
O que elas precisam saber é que deixar de inovar pode ser um grande risco.
Um exemplo que você provavelmente já ouviu falar é o da Kodak, que deixou de se adaptar à era digital e foi engolida pelo mercado.
Quais são as características do intraempreendedor?
Para encarar os desafios da atualidade, os recrutadores buscam profissionais capazes de criar e ter ideias com proatividade.
E até mais do que isso: em sincronia com os objetivos da empresa.
Não querem mais aqueles que só acatam a ordens ou repetem tarefas.
Estão deixando isso para os robôs.
A autonomia, a inovação e a proatividade são cada vez mais valorizadas pelas empresas.
Características essas que também fazem parte dos empreendedores tradicionais.
Mas, afinal, qual é a diferença entre empreendedor e intraempreendedor?
O intraempreendedor é quem empreende dentro de uma organização e não fora, mas os perfis são muito parecidos.
Veja quais são as principais características do intraempreendedor:
- Assume riscos
- É apaixonado pelo que faz
- É autoconfiante
- É criativo para criar ideias e solucionar problemas
- É dedicado, persistente e proativo
- Tem facilidade para descobrir e aproveitar oportunidades
- Tem maturidade.
Como você já deve imaginar, o principal erro das empresas tradicionais é ver esses colaboradores de destaque como rivais.
Esse pensamento foi comum por muitos anos.
Afinal, o caminho do funcionário que tem perfil empreendedor é se desligar e abrir seu próprio negócio.
Mas, hoje, as empresas estão se atentando à importância do intraempreendedorismo como um motor de inovação.
6 exemplos de intraempreendedorismo
Pronto para conferir exemplos de empresas que usaram o intraempreendedorismo como diferencial no mercado?
Perceba que, mesmo com propostas diferentes, elas deram um jeito de agregar valor a produtos e serviços.
Veja quais são:
1. Gmail do Google
Inovadora desde nascença, a Google é uma das principais empresas praticantes do intraempreendedorismo.
Curiosamente, uma de suas práticas internas que mais geram resultados é um esquema 80/20.
Nele, os funcionários trabalham 80% do tempo, mas podem dedicar 20% das horas de trabalho para fazer o que gostam.
Foi devido ao estímulo à livre criação de ideias na empresa que o Gmail surgiu.
Paul Buchheit lançou o serviço através de convites.
Inovador em diversos aspectos, o Gmail aplica a busca da empresa à caixa de e-mails.
E foi o primeiro serviço desse tipo a oferecer armazenamento de 1 GB.
2. Botão “Curtir” no Facebook
O simpático botão “Curtir” no Facebook foi outra ideia que teve origem em um programa de ideias intraempreendedoras.
O protótipo foi criado em uma hackathon.
É só um exemplo de toda a força intraempreendedora que está por trás do Facebook – uma das empresas mais inovadoras do mundo.
3. Playstation da Sony
O videogame que marcou gerações foi criado por Ken Kutaragi.
Ele trabalhou por conta própria em um chip de som que se tornou o 16-bits da Nintendo.
E mesmo em um cenário desfavorável, onde a fabricante Sony era contra a entrada no mercado de jogos, se destacou.
Com a ajuda de uma pessoa entre os seniores que viu seu trabalho com outros olhos, a ideia passou de uma “perda de tempo” para a marca Playstation como conhecemos hoje.
Um exemplo de intraempreendedorismo em um cenário tão hostil que quebrou, inclusive, a parceria entre a Nintendo e a Sony.
4. Intel
Com uma ação inovadora, a Intel da Índia conseguiu tornar os pequenos varejistas de Mumbai competitivos.
Para isso, criou um projeto de automação de varejo e o levou para os pontos de venda.
Outro grande avanço com origem em um projeto de ideias promovido pela própria organização.
Só foi possível porque a empresa deu autonomia e ouviu as sugestões de seus colaboradores.
5. Dreamworks
Para lá de democrático, o programa de ideias da Dreamworks permite que colaboradores enviem ideias em relação aos longa-metragens da empresa.
Tudo isso, seja lá qual for a posição ou o cargo de cada participante.
Outra iniciativa intraempreendedora da empresa é um programa que oferece cursos de desenvolvimento de artistas.
São cases que mostram a Dreamworks não apenas como uma grande marca de animação, mas como referência em talentos.
Com essas práticas, dá o gosto da gerência para os colaboradores e aumenta a motivação das equipes.
6. Pesquisa e Desenvolvimento da 3M
Outro exemplo de intraempreendedorismo surgiu por acaso, mas nem por isso se torna menos interessante.
Estou falando da criação dos famosos post-its pela 3M.
Ocorreu quando um dos cientistas da empresa estava pesquisando sobre um adesivo específico para tecnologias aeroespaciais.
Por acidente, ele criou um produto com outro foco, mas que se tornou sucesso mundial.
Na 3M, a criação de ideias é incremental.
Já pensou se a empresa não contasse com um programa inteligente de fomento ao intraempreendedorismo?
Provavelmente não teríamos conhecido os post-its como são hoje.
Afinal, a ideia teria sido considerada um fracasso ou apenas prejuízo.
Como incentivar o intraempreendedorismo?
O intraempreendedorismo parece interessante para a sua empresa, mas você não tem certeza se possui colaboradores de destaque no time?
Não tem problema.
Você pode fazer isso de outra forma, ou melhor, a partir de pequenas mudanças de mindset.
Entenda melhor sobre o que quero dizer com isso com as dicas a seguir:
Demonstre interesse nas opiniões – todas elas
Isso é importante, porque nem todo profissional que têm potencial para ser intraempreendedor demonstra que tem.
Para mudar essa percepção sobre os colaboradores, a dica é mostrar que eles têm abertura e demanda por suas ideias.
Isto é, demonstrar interesse em ouvir as opiniões deles.
Nem toda ideia será viável, mas é uma postura que torna o ambiente propício para que tenham iniciativa.
Garanta reconhecimento
“Papagaio come milho, periquito leva a fama” é uma expressão popular, mas que está com os dias contados no mundo empresarial.
Afinal, ela só afasta os intraempreendedores do seu negócio.
Quando um gestor aproveita os resultados do esforço de um colaborador sem dar o devido reconhecimento, ele evita que o ganho se repita.
E só tende a ser visto com maus olhos pelo funcionário, que vai se sentir desmotivado para agregar valor ao time.
Implante um programa de ideias
Já pensou se o colaborador da Sony não tivesse recebido apoio de um executivo da empresa para criar o videogame?
Ou se o cientista da 3M não fosse ouvido sobre a criação do post-it? As ideias iriam pelo ralo.
Não é isso que você quer para a sua empresa, certo?
Então, a dica é implantar um programa de ideias.
Assim, o colaborador saberá que tem apoio para trazer ideias e colocá-las em prática.
Eduque os gestores e diretores sobre o processo de inovação
Um conceito bem bacana foi proposto por James Brain em 1992 e se chama: intraempresas.
Serve para definir as unidades de negócios que são criadas dentro de uma mesma empresa.
Uma mudança de mentalidade que envolve todos os gestores e deve fazer parte do dia a dia da organização inovadora.
O que todos precisam ter em mente é que falhas e incertezas fazem parte de qualquer negócio.
E, como tal, devem ser toleradas. Caso contrário, há o risco de perder um grande acerto que pode virar o jogo.
O intraempreendedorismo contribui não só para a inovação de produtos e serviços ou criação de outros, mas para otimizar talentos.
Afinal, uma tendência de mercado é que, cada vez mais, jovens se tornem empreendedores.
Com isso, menos pessoas qualificadas farão parte das empresas.
Então, quando uma empresa investe em intraempreendedorismo, ela se torna mais atraente para profissionais qualificados.
Capacite a sua equipe
Depois de encontrar funcionários com perfil empreendedor, o próximo passo é capacitar essas pessoas.
Elas precisam se tornar ótimas inovadoras internas e ter oportunidade para demonstrar suas ideias e talentos.
Quer algumas dicas? Investir em treinamentos de gestão de tempo, Lean Startup e prototipagem são boas pedidas.
Quanto mais capacita os colaboradores sobre o processo de inovação, maiores as chances de conquistar resultados incríveis.
Conclusão
Como vimos neste artigo, intraempreendedorismo é tornar uma organização mais competitiva e atraente.
Mas, do ponto de vista empresarial, também é evitar que os melhores colaboradores se tornem concorrentes.
Incentivar ideias e o protagonismo das pessoas que fazem parte de uma empresa é garantir que estejam lado a lado e não contra.
Isso sem falar que, sem incentivo, os melhores talentos vão embora.
Então, dar a oportunidade para que os profissionais possam empreender é cultivar a inovação e reduzir a rotatividade.
É ter um time de alta performance ao lado.
Uma peça fundamental para qualquer programa de inovação.
E você, já testou um programa de inovação na sua empresa para que evite o engessamento pelo comodismo?
O que achou de conhecer mais sobre o que é intraempreendedorismo? Como espera aplicar o conceito na prática? Espero o seu comentário!
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